Antiterroristas cubanos libertados

Uma imensa alegria <br> e vitória de Cuba

Três dos cinco patriotas cubanos detidos e injustamente condenados nos EUA regressaram a Cuba no âmbito de uma troca de prisioneiros que permitiu, ainda, o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, suspensas desde a imposição do bloqueio norte-americano.

Os patriotas cubanos voltaram, tal como prometeu Fidel Castro em 2001

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O regresso de Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero à pátria, concretizada quarta-feira, 17, põe fim ao calvário, iniciado a 12 de Setembro de 1998, que partilharam com René e Fernando González. Estes últimos encontravam-se já em Cuba depois de terem cumprido integralmente o tempo de cárcere a que foram injustamente sentenciados. Pese a intensa e persistente campanha mundial de solidariedade para a sua libertação, temia-se que estes antiterroristas presos nos EUA no âmbito de um processo político apodrecessem nos calabouços do império. O pior cenário não se concretizou e, pelo contrário, cumpriu-se a promessa de Fidel Castro, que em 2001 garantiu ao povo cubano que os Cinco voltariam.

E voltaram. E da promessa de Fidel não se esqueceu Raúl Castro, presidente de Cuba, quando na rádio e televisão nacionais anunciou, naquele dia 17 de Dezembro, que os heróis já se encontravam em solo pátrio. Gerardo, Ramón e António foram recebidos pelo Chefe de Estado e através dele agradeceram todo o apoio do Estado e povo cubanos, recebendo como resposta o orgulho de Cuba e de todos os cubanos «pela resistência que demonstraram, pela coragem e pelo exemplo que representam para todos».

Isto antes de se reunirem com as respectivas famílias e regressarem às suas casas e bairros, numa sequência de acontecimentos impossíveis de descrever com fidelidade, mas cujo registo de imagens é de consulta imprescindível.

Para as famílias dos Cinco e para o povo cubano foram também algumas das palavras de Raúl Castro, sublinhando a mobilização e determinação em libertar os patriotas, incluindo de «centenas de governos, parlamentos, organizações e instituições solidárias que durante estes 16 anos reclamaram e esforçaram-se pela sua libertação».

Capítulo por escrever

A libertação de Gerardo, Ramón e António por troca com o espião norte-americano Alan Gross permitiu, ainda, e após conversa entre Raúl Castro e Barack Obama, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA. Este é, porém, um novo capítulo por escrever. Isso mesmo salientou o presidente cubano na sexta-feira, 19, perante a Assembleia do Poder Popular, advertindo que o fim do bloqueio é um caminho «longo e difícil» pese embora o «passo importante» concretizado.

Está em causa uma discussão em contexto de «igualdade» e «reciprocidade», pois «da mesma forma que nunca propusemos aos Estados Unidos para que mudem o seu sistema político, exigimos respeito em relação ao nosso», precisou Raúl Castro perante o parlamento.

Um processo difícil que Barack Obama, pela prática de quase dois mandatos cumpridos, não contribuiu para resolver, antes agravou. Depois de, também na quarta-feira, 17, se ter referido à política norte-americana para com Cuba como «falhada» e ter falado numa «nova abordagem», Obama veio assegurar que «Cuba vai mudar», embora «não de um dia para o outro».

Barack Obama começou ainda a descartar-se de responsabilidades sobre obstáculos colocados ao necessário e justo levantamento da política criminosa dos EUA que já dura há mais de meio século, lembrando que tal cabe ao Congresso.

Entretanto, no Congresso, vários eleitos dos partidos Democrata e Republicano protestaram contra o «degelo», mostrando que subsistem fortes influências capazes de travar a normalização das relações entre os dois países em todas as esferas. Disto é sintoma, entre outros casos e reacções, a imediata demissão do chefe da Agência Norte-Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla inglesa), autêntica central de ingerência e subversão contra os países e povos que o imperialismo considera seus inimigos.


PCP saúda patriotas
cubanos libertados


Reagindo ao regresso a Cuba dos antiterroristas que permaneciam presos em cárceres norte-americanos (Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e Ramón Labañino), o PCP considera que «a libertação dos três últimos dos cinco heróis cubanos injustamente presos e julgados nos EUA por terem denunciado as acções terroristas contra Cuba levadas a cabo por grupos terroristas sedeados em Miami» representa «uma vitória do povo cubano, em particular dos cinco heróis e das suas famílias, que nunca desistiram de denunciar e lutar contra esta injustiça e de reclamar a sua libertação».

Em nota divulgada, dia 17, pelo seu gabinete de imprensa, o Partido sublinha que a libertação dos patriotas cubanos é  também uma vitória «da ampla campanha de solidariedade que teve expressão em todo o mundo, nomeadamente no nosso País», lembrando que «no passado mês de Setembro, René Gonzalez – um dos cinco patriotas libertado após cumprir uma pena de 14 anos – esteve na Festa do «Avante!».

Fazendo notar que a libertação dos patriotas cubanos se dá «num quadro em que é anunciado o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, mantendo-se, no entanto, graves problemas não resolvidos e linhas de ingerência contra Cuba e a sua soberania por parte dos Estados Unidos», o PCP reafirma a «exigência do fim do criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba – o que, aliás, foi uma vez mais reiterado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em recente votação, com o voto favorável de 193 países e apenas com os votos contra dos Estados Unidos e de Israel –, assim como do encerramento da base dos EUA em Guantánamo».

Sublinhando que esta vitória de Cuba é também uma «vitória de todos os povos que lutam em defesa da sua soberania», o PCP saúda «os cinco patriotas cubanos – Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González – e as suas famílias pela sua coragem, determinação e luta pela justiça, assim como o Partido Comunista de Cuba e o povo cubano por, nas condições mais difíceis impostas pelo imperialismo norte-americano, defender o direito a decidir do seu destino e a sua revolução socialista».




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